O papel dos substratos e dos superstratos CARDEIRA, E., O essencial sobre a história do português, Editorial Caminho, Lisboa, 2006, pp. 26-37 DOPLNĚNO O HRICSINA, JAN, 2015, VÝVOJ PORTUGALSKÉHO JAZYKA 1 Pontos mais importantes (temas para o exame) 1.definição do substrato e as tendências linguísticas pré-existentes 2.betacismo (definição e localização) - substrato basco 3.grupos iniciais latinno PL, CL, FL – substrato celta 4.lenição e o grupo CT`(KT) latinos – substrato celta 5.exemplificação dos topónimos e hidrónimos e de outros vocábulos portugueses com raíz pré-latina. 6.invasão germânicas: visigoda, sueva, cartaginenese, sueva e vândala – uma curta descrição histórica e a influência no enriquecimento lexical. 7.patronímicos – definição, etimologia, exemplificação dos patronímicos germânicos 8. a influência das línguas germâncias no acento, ditongação, sonorização – contribuição para a diferenciação entreo o Francês e o Português, e, entre o Português e o Castelhano. 9.superstratos `e adstratos: definição do termo superstrato´p.30 e adstrato``p.32, romance. p. 30 10.Romance hispânico e o romance visigótico 11.invasão árabe e a sua influência na língua portuguesa. 12.vocabulário árabe na língua portuguesa `campo semântico referente à administração, guerra, organização urbana, agricultura, ciência, antroponímia, toponímia, e ainda outros. 13.moçárabe – romance arcaizante –d efinição, dialetalização, moaxás, hardjas – e elementos conservadores 14.a compartimentação do território em reinos, e reinos a a divisão da sociedade hispano-goda e as caraterísticas linguísticas distintivas • 2 Causas das mudanças linguísticas (Hriscina, 2015, pp. 21-25) •Causas internas •São provocadas pelo sistema linguístico, isto é, decorrem no sistema interior da língua. • •Causas externas •São dadas pelos fatores extralinguísticos: •sociais –(influência de instituições reais: p. ex., no Rio de Janeio, no séc. XVIII – a imitação do estilo da fala da Corte palatais š, ž estar, mesmo) –Imitação do R francês •psicológicas e pragmáticas –regularização do sistema morfológico –Uso dos meios expressivos e perifrásticos •ou influências das outras línguas –diferentes stratus 3 Causas externas - sociais •A CORTE PORTUGUESA NO RIO DE JANEIRO •Após breve estada em Salvador, D. João e sua corte embarcaram rumo a cidade de Rio de Janeiro para fugir ao Napoleão. A família real, então, foi alojada em três prédios no centro da cidade, tendo-se os demais agregados espalhado pela cidade, em residências confiscadas da população. Esta era a famosa política chamada de “Ponha-se na Rua”, cujo nome foi dado pelos cariocas, inspirando-se nas iniciais “PR”, vindas de “Príncipe Regente” ou de “Prédio Roubado” como os mais irônicos diziam. Estas iniciais eram marcadas nas portas das casas que eram requisitadas para os nobres vindo de Portugal. •A palatelização do “s” – surgiu depois da colonização do Brasil – e não chegou a realizar-se ao país. Ou seja – no século XIX já foi concluído o dito processo fonético no território de Portugal. Assim, as pessoas no Rio, tentaram imitar a fala do rei, inclusive o “s” palatal, considerando esta pronúncia como símbolo de prestígio. • •Cf: Ponha-se na Rua: há 200 anos é assim que o governo lida com as comunidades cariocas - Agência Pública (apublica.org) •https://apublica.org/2013/04/ponha-se-na-rua-mais-de-200-anos-de-remocoes-compulsorias-rio-de-jane iro/ Obsah obrázku stůl, obchod, stojící, barevné Popis byl vytvořen automaticky Obsah obrázku žena, fotka, dívka, mladý Popis byl vytvořen automaticky 4 Causas externas - sociais •INFLUÊNCIA DA LÍNGUA FRANCESA •O prestígio cultura da França – levou a imitar o R no território de Portugal aproximadamente no início do século XX. • Image result for r francês 5 Causas externas - psicológicas •Uma mudança pode ser originada por um indivíduo quando este começa a usar, ativamente, uma forma não habitual. •Sobretudo na morfologia – uma pessoa pode começar a usar uma forma regular – com base em analogia com outras formas: assim fiz – fezeste – fez- fezemos – fezestes – fezeram - mudou para fiz – fizeste – fez – fizemos – fizestes – fizeram. • 6 Causas externas – influência de outras línguas estrato ou estratos (do latim stratum, significando camada) é 1.uma língua que influencia ou é influenciada por outra através de contacto. 2. Está na base do léxico e da gramática de outras línguas que sobreviveu ao contacto com outras línguas. A influência dos diferentes stratus, na maior parte das vezes, regista-se no plano lexical, mas também fonético e, às veze, parcialmente, também morfológico. . 7 Definição do substrato •Um substrato é a língua dos habitantes indígenas de um território, em que desapareceu. É um estrato inferior, que se encontra debaixo da língua nova. Na Península Ibérica falamos do substrato basco (euskari) que deixou certos rastros nos dialetos galego-portugueses (norte de Portugal). Um deles é a queda do –l- e do –n- intevocálicos (luna– lua, dolore – dor) que tem menor poder ou influência do que outra. 8 9 10 11 12 13 Obsah obrázku text, mapa Popis byl vytvořen automaticky 14 Definição do superstrato •O superestrato é uma língua que chegou a um território, influenciou a língua dos povos indígenas, mas, depois, ela mesmo desapareceu. No território de Portugal registamos a influência das línguas germânicas, sobretudo das línguas sueva e visigoda. Esta influência vê-se na passagem do acento melódico para o acento dinâmico, de intensidade. Também podemos encontrar alguma influência no léxico (laverca – skrivan polni, broa- kukuricny chleb, britar- rozbít, rozdrtit). • Image result for laverca passaro Image result for broa Obsah obrázku text, mapa Popis byl vytvořen automaticky 15 16 17 18 19 estribo-třmen 20 Definição do adstrato •Um adstrato é uma língua que chegou a um território, co-existe (coexistiu) com uma outra língua durante um longo período e, mas essa não desaparece. No território de Portugal registamos a influência da língua árabe que se refletiu no vocabulário. 21 22 23 24 25 Adstrato do Português (que está por cima, o Português não desaparece) 26 27 Superstrato e Adstrato ou não 28 29 PROBLEMA DE DEFINIÇÃO •Jan Hricsina • wikipedia •Arabština – adstrát •Czechency •https://www.czechency.org/slovnik •Arabština - superstrát 30 PROBLEMA DE DEFINIÇÃO •SUPERSTRATO •ADSTRATO 31 Czechency •superstrát •Výsledek jazykového kontaktu, při němž imigrovaný, mocensky dominantní či prestižní druhý jazyk (L2) „shora“ působí na místní první jazyk (L1) původních obyvatel nějakého území, což při intenzivním sociálním tlaku prestižního jazyka L2 na jazykové společenství L1 může vést k podstatným změnám L1 v L1ʼ. •Pojem s., dotvořený k termínu substrát, se v historické jazykovědě etabloval pro výsledky jazykového kontaktu v jazyce „porobených“ etnik, jejichž jazyk se (přechodně) dostal pod tlak jazyka dobyvatelů, nakonec se ale mj. s ohledem na počet mluvčích domácího jazyka a/nebo kulturní atraktivnost s ním spjaté kultury udržel a postupně integroval jazyk minoritních dobyvatelů, u nichž došlo k ↗jazykovému posunu k domácímu jazyku. Úplný zánik jazyka ale pro s. není podmínkou, stačí omezení jeho užívání v určitých regionech n. funkčních doménách. •Příkladem s. je arabský s. ve španělštině a portugalštině, V kreolistice se termínem s. myslí lexikum, které do kreolu přišlo z koloniálního jaz. • • •adstrát •Výsledky obou- nebo vícesměrného jazykového kontaktu bez sociální hierarchizace zúčastněných jazyků a jazykových komunit, •v historické jazykovědě s důrazem na trvání takového jazykového kontaktu bez zániku jednoho ze zúčastněných jazyků. •Relativně vyrovnaný, oboustranný a stabilní jazykový kontakt vzniká při dlouhodobém sousedství dvou a více jazyků spojených se stabilním územím v rámci jednoho státu, jako je tomu např. v Belgii n. ve Švýcarsku. Platí to i o dialektech, které splňují uvedené podmínky. •Tak se v německých dialektech v č. zemích objevují bohemismy a v dialektech českých germanismy. 32 Substratos: situação etnológica na Península Ibérica • •Ibérios – (vindos do norte de África), estabeleceram-se nas partes de sul e este da Península Ibérica – língua •Celtas – no Centro e Oeste •Fenícios – nas costa meridional •Bascos – a norte, na cadeia montanhosa • 33 Situação em 218 a.C. - os romanos desembarcaram em Ampúrias Výsledek obrázku pro bascos na peninsula iberica mapa Výsledek obrázku pro 218 a. c ampurias 3º. milénio a.C. A esta informação chegou-se através de vestígios arqueológicos, através da toponímia não latina 34 bilinguismo •À variedade étnica correspondia a variedade linguística •Estas variedades refletem-se na evolução do romance latino, influem a evolução do latim vulgar •Situação de bilinguismo •As caraterísticas das línguas nativas penetraram com maior ou menor intensidade na língua recentemente adquirida 35 Celtic name Modern name Bracara Braga Brigantia Bragança Conímbriga Conímbriga Ebora Évora Lacobriga Lagos Lamecum Lamego Lethes Lima Minius Olissipo Minho Lisboa Tamaca Tâmega Topónimos Bracara – Braga Olissipo – Lisboa Ossonoba – Faro Outros vocábulos Esquerdo (origem basca) Sapo- (origem préromana). Várzea - campina cultivada; planície; chã – nova, luh, pole Sarna – svrab- infeção cutânea e contagiosa produzida por um ácaro. = ACARÍASE, Bruxa `(origem duvidosa) Nos dicionários: origem duvidosa, talvez pré-romana 36 Etimologia de Lisboa •José Pedro Machado (Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, s.v. Lisboa), «[...] origem pré-romana, não se sabendo ao certo a significação original do vo[abulário] -origem fenícia: Alis-Ubbo, «enseada amena, porto seguro» (cf. Bárbara Fraticelli, la Imagen de La Ciudad de Lisboa, entre lo Real y lo Imaginario, Madrid, Universidad Complutense de Madrid, 2001, págs. 17 e 53). -etimologia não fenícia – pré-celta ou até pré-indo-europeia: o elemento –ipo em OLISSIPO: –ippo ocorria com grande frequência no ângulo sudoeste da Península Ibérica em topónimos da Antiguidade, ligados à chamada civilização de Tartessos (Sul da Lusitânia e Bética Ocidental; Collippo - atual Leiria; Calippo -o atual rio Sado e talvez antigo nome de Alcácer do Sal; -Origem no antigo mito greto: a lenda em que se conta que a cidade foi fundada por Ulisses (Odysseus) na sua viagem de regresso da guerra de Tróia •Tem maior probabilidade a hipótese de a sua fundação remontar aos Tartéssios ou aos Fenícios, que acharam no estuário do Tejo um excelente porto, no caminho mais para norte, para regiões ricas em minérios, situadas no Noroeste peninsular. Os Romanos adaptaram o nome fenício para Olisippo (talvez já modificada por alguma língua pré-romana falada pelos indígenas da zona de Lisboa), e os Árabes voltaram a modificar a sua estrutura fonética: AL – LIXBÛNÂ ou AL-USHBONA Image result for origem etimológica de lisboa 37 INFLUÊNCIA DOS SUBSTRATOS NO LATIM resumo •Cada étnico falava a sua própria língua, o que, consequentemente, se reflete na ação de romanização, durante a qual falamos do período de bilinguismo, mais ou menos longo, em que caraterísticas das línguas nativas penetraram, com maior ou menor intensidade, na língua recentemente adquirida. •O bilinguismo, num jogo de compromisso entre hábitos articulatórios da língua materna e a aquisição de uma nova língua, implica que a língua de substrato INFLUIRÁ, nalgumas áreas, parcialmente no léxico, na fonologia e na morfologia da língua de chegada (o latim vulgar). Assim, podem surgir diferenças entre o latim vulgar no território habitado pelos celtas, iberos e bascos. 38 39 substrato basco 40 substrato celta •Grupos latinos iniciais •PL, CL e FL mudaram para CH em português (mas para LL noutros falares ibéricos) • –PLICARE - CHEGAR – LLEGAR –CLAVE - CHAVE - LLAVE –FLAMMA - CHAMA - LLAMA 41 substrato celta •LENIÇÃO – processo de enfraquecimento das consoantes oclusivas intervocálicas • KT – evolui para IT • • 42 Substrato celta (lenição e ct/it) •România Ocidental •português, galego, castelhano, catalão, francês, provençal •sonorizam-se as consoantes surdas –sapere - saber •CT muda para IT –octum oito –Castelhano oito – otio - ocho •România Oriental •italiano, moldavo, romeno •são conservadas as consoantes SURDAS intervocálicas –sapere – sapere •conservado o grupo consonântico que sofre assimilação ct- tt –octo – otto • 43 Výsledek obrázku pro imperio romano ocidental e oriental sonorizam-se as consoantes surdas sapere - saber CT muda para IT octum oito Castlhano oito – otio - ocho 44 Comparação România Oriental versus Ocidental •România Ocidental •România Oriental • •SAPERE – SAPERE •NOCTE - NOTTE • •SAPERE – SABER •NOCTE - NOITE 45 Finais do século IV d. C. •completada a romanização •Adotadas as leis, a organização política e social e a cultura romanas. •O latim vulgar hispânico suplantara as antigas línguas indígenas •No entanto – a romanização não se realizou do mesmo grau em todas as partes da península: a franja das cordilheiras do Norte estava menos romanizada do que os centros urbanos meridionais. Os Bascos permaneciam à margem da romanização. 46 Obsah obrázku mapa Popis byl vytvořen automaticky 47 INVASÃO GERMÂNICA Výsledek obrázku pro invasoes germanicas na peninsula iberica mapa 48 La provincia de Spania (en latín Provincia Spaniae) fue una provincia del Imperio bizantino entre los siglos VI y VII. La provincia, la más occidental de cuantas constituyeron el Imperio a lo largo de su historia, se formó como parte de las campañas militares de Justiniano I el Grande en sus esfuerzos por restaurar el Imperio romano de Occidente. Su territorio incluía una zona de la península ibérica arrebatada al reino visigodo, que había formado parte del desaparecido reino vándalo. La ciudad de Septem (actual Ceuta), aunque también perteneció al reino visigodo, fue incluida en la provincia de Mauretania Secunda aius Aurelius Valerius Diocletianus (244 – 312 nebo 316 ve Spalatu, dnešní Split), rodným jménem Diocles, obvykle známý jako Diocletianus (česky Dioklecián) byl římský císař od 20. listopadu 284 až do 1. května 30 Výsledek obrázku pro galicie betica lusitania cartaginese mapa 49 Reino Suevo •em 410 – todos derrotados pelos Visigodos, com a exceção dos Suevos • •capital Braga – ocupará a Galicia por mais um século • •derrotado em 585 Výsledek obrázku pro reino dos visigodos mapa 50 INVASÕES GERMÂNICAS – influência externa •Não ocasionaram uma ruptura brusca na vida da sociedade hispânica. A cultura hispano-romana era a mais dominante o que provam vários factos: –o facto de os visigodos terem convertido ao catolicismo –o facto de continuar a ser aplicado o direito romano –o facto de se manterem as divisões administrativas romanas –o facto de os costumes e tradições histpânicos sofrerem poucas alterações –os visigodos, já romanizados, ao conquistarem a Península, diluem-se na população e na cultura hispano-romana 51 INVASÕES GERMÂNICAS – influência interna (linguística) •Reduz-se , principalmente, a um enriquecimento lexical: –influência sueva: broa –influência visigoda: ganso, luva, íngreme –outras palavras de origem germânica: guerra, trégua, guardar –patronímicos: ICI = ES Gonçalves – filho de Gonçalo, Rodrigo+ICI = Rodrigues`- filho do Rodrigo, Henriques (filho do Henrique) –o acento de intensidade desagua na ditongação das vogais tónicas no castelhano: (pEdra – pIEdra, pOrta - pUErta) 52 53 Obsah obrázku text Popis byl vytvořen automaticky 54 INVASÕES GERMÂNICAS – influência linguística em Francês (oclusivas surdas intervocálicas) •sonorização • •riba-rive •Desapareceram depois da sonorização • •amica –amiga - amie 55 RESULTADO DAS INVASÕES GERMÂNICAS •Concorreram para a fragmentação linguística, desmembrando o Império e fraccionando a România, separando a área ocidental da área oriental (com superstrato eslavo) e apartando a Península do resto do Império. 56 Výsledek obrázku pro imperio romano ocidental e oriental sonorizam-se as consoantes surdas sapere - saber CT muda para IT octum oito Castlhano oito – otio - ocho 57 Latim vulgar hispânico •Visigodos na Pen. Ibérica – 300 anos •A língua sofre profundas mudanças que vão acentuando uma diversidade que se funda na transformação do Latim vulgar hispânico, isto é, o Latim vulgar que se implantara na Hispânia, pela acção dos substratos, favorecida pelo isolamento de algumas regiões. •Romance visigótico (falado no século VIII na Pen. Ibérica), cuja destruição vai dar origem à queda do Império Visigodo e traduzir-se-á na emergência de falares regionais. • 58 Regiões isoladas •Galécia – fracamente romanizada, povoada por colonos que se quiseram dedicar essencialmente agricultura •Reino Suevo – separado da Península visigoda • a língua tomará o seu rumo particular, feição diferente sendo influenciada pelo efeitos dos: – substratos – circunstâncias geográficas – posição periférica na Península e no Império – circunstâncias históricas (invasões germânicas fragmentação do Império) –contexto social (maior ou menor centralização da língua, imposta por instituições como a Escola ou a Igreja, influência de centros urbanos) • 59 Árabes •711 – invasão da Península pelos árabes •712 – ocuparam quase toda a região meridional, até ao rio Mondego, empurrando os hispano-godos para a codilheira norte. •Centro da administração árabe – Córdova •Panorama durante cinco séculos: cristãos a norte, muçulmanos (hispano-godos), moçárabes e judeus no centro-sul. 60 Obsah obrázku text, snímek obrazovky Popis byl vytvořen automaticky 61 Obsah obrázku text, mapa Popis byl vytvořen automaticky Os visigodos organizam-se em rainhos – séc. X Isabela Kastilská a Ferdinand Aragonský 62 Línguas faladas na Península no século XI 63 moçárabes: população cristão que vivia sob o domínio árabe Línguas faladas na Península no século XII 64 Línguas faladas na Península no século XIII 65 Moçárabes •A nobreza visigoda refugia-se no norte e organiza-se em reinos de onde partirão os movimentos de reconquista. •Mas a sul, onde convivem povos e religiões diversas, as populações que não aceitam converter-se, acabam por ser toleradas pelo invasor. •Os moçárabes (cristão vivendo sob o domínio árabe) preservam a sua identidade cultural, mantêm os costumens e as tradições cristãs e continuam a falar a língua dos visigodos, agora chamado “romance moçárabe” = continuação do romance visigótico, mas que é falado por aquelas populações que conhecem também o árabe. •Assim, o árabe, convive no mesmo espaço com um estrato linguístico de origem latina. Fala-se, portanto, de superstrato árabe, que se materializa, sobretudo, num contributo lexical. (não conservou o –l- e o –n- intervocálicos) •Palavras de origem árabe: iniciadas em ode (rio), ou al (artigo) • Arroz – al-roz, al-cúcar – açúar, Loulé, Odemira, Alfama, Odivelas 66 Árabe – influência no léxico •A quantidade das palavras de origem árabe mostra a superioridade da cultura árabe à ibérica. •Técnicas novas, instrumentos, produtos, necessários para a vida quotidiana da população moçárabe e até então desconhecidos na península, recebem o nome árabe •Houve uma considerável influência na toponímia, mas não na antroponímia, com exceção de alguns nomes como Fátima, Cacém (Qusim), Faro (Harun). Alguns nomes são híbridos, e.g. Viegas ( de Ivn Egas – do árabe ibn – filho de + e do românico Egas. Há mais antropônimos visigodos e românicos que resultaram de casamentos miscigeno, enquanto casamentos árabe-românicos eram, provavelmente, muito poucos para se refletir, de uma forma mais profunda, na antroponímia. •Quanto aos restantes níveis da língua, não houve uma influência marcante. As línguas românicas e árabe viviam pacificamente, não se pode falar da arabização da língua. • 67 Palavras de origem árabe •Campos semânticos referentes a: •administração e guerra: alcaide, almirante, alferes, alfândega, algazarra, alarido •Arquitectura e organização urbana: alpendre, açoiteia, tabique, azulejo, andaime, armazém, bairro, aldeia •Agricultura: açude, azenha, nora •Ciência: algarismo, álgebra, cifra, azimute, zénite •Plantas e frutas: alfazema, algodão, tremoço, azeitona, laranja, limão •Alimentação: xarope, açorda, almôndega •Instrumentos: alicante, alfinete, almofariz, rabeca, tambor • •Muitos arabismos caíram em desuso, mas ainda comemos REGUEIFAS e ALETRIA e vestimos CEROULAS Obsah obrázku interiér, budova, stůl, vsedě Popis byl vytvořen automaticky alpendre Image result for açoite açoite Obsah obrázku loďka, voda, fotka, budova Popis byl vytvořen automaticky açude Obsah obrázku objekt, tráva, exteriér, plot Popis byl vytvořen automaticky azenha Obsah obrázku rostlina, exteriér, květina, růžová Popis byl vytvořen automaticky Alfazema - levandule Obsah obrázku talíř, jídlo, stůl, interiér Popis byl vytvořen automaticky Image result for almôndega almôndegas açorda 68 Obsah obrázku stůl, veranda, židle, exteriér Popis byl vytvořen automaticky Palavras de origem árabe Obsah obrázku interiér, budova, stůl, vsedě Popis byl vytvořen automaticky alpendre Image result for açoite açoite Obsah obrázku loďka, voda, fotka, budova Popis byl vytvořen automaticky Açude - prehrada Obsah obrázku objekt, tráva, exteriér, plot Popis byl vytvořen automaticky azenha Obsah obrázku rostlina, exteriér, květina, růžová Popis byl vytvořen automaticky Alfazema - levandule Obsah obrázku talíř, jídlo, stůl, interiér Popis byl vytvořen automaticky Image result for almôndega Almôndega - karbanátek açorda Obsah obrázku malta, mísa, vsedě, malé Popis byl vytvořen automaticky almofariz Image result for rabeca Rabeca (viola) Obsah obrázku jídlo, chléb, kobliha, interiér Popis byl vytvořen automaticky regueifa Image result for ALETRIA aletria 69 Obsah obrázku malta, mísa, vsedě, malé Popis byl vytvořen automaticky Image result for ceroulas Obsah obrázku objekt, tráva, exteriér, plot Popis byl vytvořen automaticky ceroulas azenha almofariz 70 Image result for ceroulas Obsah obrázku stůl, veranda, židle, exteriér Popis byl vytvořen automaticky Palavras de origem árabe Obsah obrázku interiér, budova, stůl, vsedě Popis byl vytvořen automaticky Image result for açoite Obsah obrázku loďka, voda, fotka, budova Popis byl vytvořen automaticky Obsah obrázku objekt, tráva, exteriér, plot Popis byl vytvořen automaticky Obsah obrázku rostlina, exteriér, květina, růžová Popis byl vytvořen automaticky Obsah obrázku talíř, jídlo, stůl, interiér Popis byl vytvořen automaticky Image result for almôndega Obsah obrázku malta, mísa, vsedě, malé Popis byl vytvořen automaticky Image result for rabeca Obsah obrázku jídlo, chléb, kobliha, interiér Popis byl vytvořen automaticky Image result for ALETRIA 71 Toponímia árabe 72 Toponímia árabe 6) Distrito de Beja 6 topónimos: Algodor, Almodôvar, Almograve, Atafona, Cuba, Marrocos 7)Distrito de Castelo Branco 5 topónimos: Alcains, Alcamim, Algar, Isna, Meimão 8) Distrito de Leiria 5 topónimos: Alfeizerão, Alqueidão, Alvaiázere, Alvorge, Azoia 9) Distrito de Évora 5 topónimos: Alcalá, Alcárcova, Alcáçovas, Benalfange, Bencatel 73 Toponímia árabe 11) Distrito de Aveiro 3 topónimos: Almançor, Alquerubim, Mansores 12) Distrito de Portalegre 2 topónimos: Assumar, Mamede 13) Distrito de Guarda 2 topónimos: Almeida, Murça 14) Distrito de Coimbra 2 topónimos: Alfafar, Almedina 15) Distrito de Bragança 1 topónimo: Soeima 74 OUTROS ARABISMOS •Oxalá – wa sha llah Queira Deus •Termos técnicos, novos, culturais, instrumentos., etc... •Muitas vezes é usado o termo adstrato para designar este convívio pacífico linguístico: estrato românico e árabe influenciam-se mutuamente, mas essa influência não se traduz em profundas transformações linguísticas que modifiquem o rumo de qualqer deles. Do domínio árabe não resultou uma arabizaçao. 75 Situação linguística •Os moçárabes – no sul – falam o romance visigótico (influenciado pelo árabe) •Duas influências que o árabe exerce no romance visigótico: –1. enriquecimento lexical –2. falado apenas em ambientes familiares •O romance moçárabe vai-se dialectalizando, condenado a desaparecer com o avanço da reconquista cristã. • • • • • • • • • • • • 76 Alguns traços do moçárabe •Fonte: •toponímia: Fontanelas, Arneiro (conservação do –n- e –l- intervocálicos) •Diminutivos: canito, manita (conservados nos dialectos meridionais portugueses) 77 Moaxás e hardjas •Moaxás - composições poéticas árabes •Hardjas – os últimos versos –Conservador: não ocorre síncope de L e N e a evolução dos grupos PL, CL, FL –Nem ocorre o aapgamente de F latino o u monotongação dos ditongos AI, AU •ROMANCE arcaizante, marcado pela renovação lexical árabe 78 Norte – reinos (com fronteiras) - RECONQUISTA Galego português Asturo-leonès castelhano Navarro-aragonês Catalão Catalão Catalão 79 https://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_árabe_andalusino#/media/Ficheiro:Linguistic_map_Southwestern_ Europe-en.gif Obsah obrázku text, mapa Popis byl vytvořen automaticky 80 Diversificação linguística 81 Caracterização do falar românico na Galiza •Por volta de 1000 d.C. já tinha os seus contornos peculiares •Léxico: termos pré-latinos, termos germânicos latinizados (sobretudo suevos) •Posição periférica no Império Romano, as inovações linguísticas não chegaram a realizar-se ou realizaram-se mais tarde • –Antes do século X já tinha duas características próprias: PL, CL, FL – ch */pronunciado com tš/ aconteceu durante a invasão germânica –Nasalisação das vogais que precediam à n intervocálica –-L- e –N- intervocálicas desapareceram (evolução ao longo do domínio árabe) • 82