FRASES SUBORDINADAS completivas AULA 4 18.3.2024 SINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUESA 2014, p. 79-87 subordinação completiva •também, às vezes, chamada substantiva ou integrante •aproxima-se às expressões nominais (sintagmas nominais) que desempenham a mesma função sintáctica. •Assim, na seguinte frase, o SN na função de objecto directo é substituível por uma oração completiva que, concomitantemente, desempenhará a mesma função sintáctica do objeto directo: •P.EX.: •O Pedro, no Dia das Mentiras, inventou uma mentira. •O Pedro, no Dia das Mentiras, inventou que tinha ganho mil euros na lotaria. OBJETO/COMPLEMENTO DIRETO SELEÇÃO DAS FRASES COMPLETIVAS POR NÚCLEOS SUBCATEGORIZANTES Tipo de predicado na frase completivas Frases finitas Tem o verbo conjugado ora no modo indicativo ora no modo conjuntivo •Queria que fizesses um bolo de chocolate. •Sei que está doente. Frases não finitas Tem o verbo no infinitivo flexionado ou não flexionado •Pedi-lhe para fazer um bolo de chocolate SELEÇÃO DAS FRASES COMPLETIVAS POR NÚCLEOS SUBCATEGORIZANTES Frase completiva na função de sujeito •tradicionalmente denominadas subjetivas •podem ser substituídas •por um sintagma nominal na mesma função, •por um pronome demonstrativo invariável (isso, isto, aquilo), •mas nunca por um pronome pessoal clítico, como mostram as seguintes frases: •É claro que não tenho medo. •É claro isso. ou Isso é claro. •*É claro-o. atenção - renováveis magazine Posição das frases subjetivas Pré-verbal (antes da oração principal) Ilhas fortes •Reflete a posição canónica SU-PR •Selecionadas pelos verbos inferenciais ou causativos •p. ex. •demonstrar, ilustrar, indicar, mostrar, reflectir, revelar, significar, sugerir Pós-verbal (depois da oração principal) Ilhas fracas •Não reflete a posição canónica SU-PR Posição das frases subjetivas Ilhas fortes p. ex. : Que haja desinteresse, reflete o não envolvimento de todos neste projeto. Ilhas fracas p. ex. : É possível que o João não venha à festa. Ilhas fortes A posição pré-verbal nestas construções reflecte a ordem típica de palavras na oração, que, normalmente, é iniciada pelo sujeito, seguido de predicado e complemento directo. Estes exemplos citados são substituíveis pelo sintagma nominal com o núcleo nominal facto como exemplifica o seguinte par de frases: •O facto de que tenham aparecido tantas pessoas na manifestação, indica o grau do descontentamento dos trabalhadores. •Que tenham aparecido tantas pessoas na manifestação, indica o grau do descontentemento dos trabalhadores. Orações introduzidas por quem •Quem canta, seus males espanta. •Quem sabe, não esquece. Orações introduzidas por quem Tradição luso-brasileira •Quem canta, seus males espanta. •Quem sabe, não esquece. •Orações substantivas de sujeito Conceção moderna •Quem canta, seus males espanta. •Quem sabe, não esquece. •Orações relativas livres •Orações com antecedente não expresso Questão de controlo/e •Para identificar a função de sujeito das frases completivas, é possível aplicar os mesmos testes de controle que existem para a identificação da função do sintagma nominal. • •Quem é que...? ou •O que é que.....? É possível que o João venha à festa. Questão de controle /controlo • O que é que é possível? Resposta= o sujeito. = Que o João venha à festa Frases completivas na função de complemento/objeto direto •denominadas tradicionalmente objetivas •são sempre seleccionadas por verbos transitivos •podem ser substituídas •por um pronome demonstrativo neutro isso em posição pós-verbal •pelo pronome clítico acusativo –o. O João sabe que estamos à espera dele. O João sabe isso. O João sabe-o. Posição das frases completivas de objeto Pós-verbal • Em geral, estas orações completivas são seleccionadas por verbos transitivos directos ou ditransitivos, ocorrendo, consequentemente, em posição pós-verbal, como mostra o seguinte esquema gráfico: Pré-verbal •esporadicamente •têm um valor enfático, estilisticamente marcado, sendo pouco habitual na linguagem corrente. •A sua posição atípica pode levar a confundir a sua função de objecto com a de sujeito. Posição das frases completivas de objeto Pós-verbal O João sabe que estamos à espera dele. Pré-verbal Que ela fez o exame, todos sabemos. Obsah obrázku text, bílá tabule Popis byl vytvořen automaticky Conj. Complementadores que •As orações completivas são, tipicamente, introduzidas por um complementador que, como ilustram os casos acima mencionados se •quando são seleccionados por verbos de inquirição (investigar, perguntar), •verbos declarativos (dizer, decidir) ou •Verbos epistémicos (saber), podem igualmente ser introduzidas pelo complementador se: Complementadores que Por exemplo: •Queria que estivesses aqui comigo. •Não sei o que diga. se Por exemplo: •O teste de sangue vai mostrar se o condutor conduziu sob o efeito de álcool. •A Irene pergunta se pode trazer os filhos para a festa. •A polícia ignora se o condutor se adormeceu ao conduzir o autocarro. Conjunções adverbiais ou pronomes indefinidos quando, como, qual, de onde, etc Estas orações, contudo, são interpretadas como relativas livres, de acordo com a sintaxe •Sei como ele perdeu a vida. vs. Sei-o. •Detesto quem mente. vs. Detesto-o. •Perguntou-me quando foi isso. vs. Perguntou-mo. Supressão do complementador • quando a oração completiva está no modo conjuntivo. •exclusivamente, na escrita, sobretudo em correspondências formal (linguagem comercial, jurídica, etc.) •Por exemplo: •Requeiro (-) seja enviado o Processo a outra instância. •Solicito (-) me seja enviado o parecer por correio. Reduplicação do complementador •linguagem coloquial •consiste na repetição do complementador que •à direita do sujeito da oração subordinada ou • à direita de uma expressão adverbial. •Por exemplo: •Eu acho que ele que não tem uma grande queda para estudar. •Acho que uma pessoa que deve desfrutar da vida •Estavam convencidos de que lá fora que se vivia melhor. Frases completivas com a função de objeto/complemento indireto Conceção tradicional •denominadas orações substantivas objectivas indirectas •segundo a terminologia tradicional Sintaxe moderna •pela sintaxe portuguesa, entre as orações relativas livres, já que contêm um pronome relativo Outras propriedades importantes SELEÇÃO •Estas orações são seleccionadas por verbos transitivos indirectos • podem ser substituídas por um pronome clítico dativo me, te, lhe, nos, vos, lhes. POSIÇÃO •Canonicamente, estas orações, tal como o seu sintagma nominal homólogo, encontram-se em posição pós-verbal. Esquema Frases completivas na função de complemento oblíquo • de acordo com a tradição luso-brasileira, como orações completivas indirectas • São introduzidas por uma preposição (salvo a e para), regida pelo verbo da oração principal e a conjunção que. •podem ser substituídas •pelas formas tónicas de um pronome demonstrativo neutro (isso, isto, aquilo), a única compatível com as preposições. •Nunca podem ser substituídas por um pronome clítico dativo ou acusativo, como ilustram os seguintes exemplos: O João concordou com que a Maria o acompanhe. O João concordou com isso. *O João concordou-o. atenção - renováveis magazine preposição Atenção •Vamos esperar pela resposta. •Interesso-me pelo projeto. •Estaremos à espera da resposta. •Estou interessada no projeto. atenção - renováveis magazine Nós e o ponto de exclamação Queísmo •Supressão da preposição FACULTATIVA •pode ser explicado pelo facto de que a preposição tem um contributo semântico muito reduzido na oração, e, na maioria dos contextos é praticamente desprovida do significado. •p.ex.: •Portas discorda que a direcção do partido dê liberdade de voto aos militantes . •Passados 11 anos, convenceu-se que viverá muitos mais . •Mas o treinador do FC Porto concorda que a sua equipa «não fez nada para ganhar» Queísmo •No caso de outras preposições, cujo valor semântico é significativo, estas não se suprimem, com a excepção de alguns casos muito limitados, como são os seguintes: insistir, confiar, ansiar. •p.ex.: •O árbitro insistiu (em) que o jogo prosseguisse . • Confio (em) que a morte não acontece. •Anseiam (por) que o novo treinador consiga transformar as derrotas da equipa em vitórias; Dequeísmo •Por outro lado, na linguagem falada, observa-se com alguma frequência a ocorrência de uma preposição que antecede a oração completiva oblíqua. •Uma vez que a preposição desnecessariamente presente é, geralmente, a preposição de, este fenômeno é denominado dequeísmo. •Contudo, o dequeísmo pode afectar também outras preposições e a sua ocorrência pode ser explicada pelo seu uso no sintagma preposicional: Dequeísmo incorreto •Penso de que o árbitro favoreceu os nosso adversários. *Acredito de que os eleitores confiarão em nós. correto •Penso na arbitragem do jogo de ontem. •Acredito numa nova victória eleitoral. Falso Png Transparent Images – Free PNG Images Vector, PSD, Clipart, Templates Correto Png Transparent Images – Free PNG Images Vector, PSD, Clipart, Templates Outras restrições •Ao mesmo tempo existem restrições no que respeita às possibilidades combinatórias dos verbos regidos por uma preposição que seleccionam frases completivas interrogativas introduzidas por uma preposição. •Nestes casos, a preposição do verbo é suprimida. atenção - renováveis magazine Outras restrições incorreto * Ele não se lembra de a que horas chega. correto •Ele não se lembra (-) a que horas chega. Falso Png Transparent Images – Free PNG Images Vector, PSD, Clipart, Templates Correto Png Transparent Images – Free PNG Images Vector, PSD, Clipart, Templates exceção •Caso estas orações não sejam introduzidas por uma preposição, a preposição pode ser facultativamente utilizada: •P.ex.: •Não me lembro (de) onde pus os óculos. •Não me informaram (de) quantas pessoas vêm. Correto Png Transparent Images – Free PNG Images Vector, PSD, Clipart, Templates Orações completivas predicativa, apositiva, de agente da passiva 1.Quem mais reclama é quem menos sabe. (função predicativa) 2.Ele disse-me apenas isto: não me aborreça! (função apositiva) 3.Este trabalho foi escrito por quem entende esta matéria. (função de ag.da passiva) A primeira e a terceira frase, contudo, são interpretadas como orações relativas livres com antecedente não expresso, uma vez que contêm o pronome relativo quem