22 O PERIODO SIMPLES, A ORACÁO INDEPENDENTE... •Sujeito simples e composto. 26. Quando tem um só núcleo (substantivo, equivalente, ou pronome), o sujeito é simples: "Eu teria ido meu caminho." (M. de Assis, Sem., 48.); "Por que está vocě com esse ar?" (Id., VH, 229.); "Amanhä é feriado nacionál." (Aníbal Machado, HR, 159.); "Subita mäo de algum fantasma oculto / sacode-me." (F. Pes-soa, OP, 57.) 27. é composto o sujeito quando tem mais de um núcleo (substantivo, equivalente, ou pronome): "Meu pai e minha mae conservaram-se grandes, temerosos, incognitos." (Graciliano, Inf., 12.); "O magistrado e sua familia eram odiosos ao pai de Teresa." (Camilo, AP, 23.); "Dews e tu sao testemunhas." (Garrett, ap. Mario Barreto, GL, 106.) . •Sujeito oculto (eliptico). 28. Nem sempře há necessidade de explicitar o sujeito de uma oracáo, seja porque já figura numa oracao contígua, seja porque a desinéncia do verbo claramente o indica. Diz--se, entáo, que o sujeito está elíptico, ou oculto por "elipse" (V. § 22.): "Estou sozinho." (O sujeito é o pron. eu, implícito na forma verbal estou); "A empregada que D. Alice me arranjou traz-me o café e as refeicoes. É discreta e alheia." (Corcáo, LA, 14.) — (O sujeito dos predicativos discreta e alheia, no 2.° periodo, é o pron. ela, substituto de a empregada que D. Alice me arranjou, que náo se repete por já ter aparecido no 1.° periodo.) •Sujeito indeterminado. 29. Muitas vezeš náo se pode, ou náo se deseja, ou náo inte-ressa indicar o sujeito de uma oracáo, o qual entáo se diz indeterminado. ^__TERMOS ESSENCIAIS: SUJEITO E PREDICADQ 23 i iiso — Verbo na 3.a pessoa do plural. A apresentacáo lingiiística típica de sujeito indetermi-i ' cm portugués, é deixar o verbo na 3.a pessoa do plural, urin ivferido a nenhum substantivo no plural anteriormente i'ii'sso, nem ao pronome eles" (G. C. Melo, NMAS, 40.): "Pediram siléncio." (An. Machado, HR, 290.) — "Väo lá pedir sinceridade ao coracäo!" (Camilo, AP, 39.) ' ,iso — Verbo na 3.a pessoa do singular + pronome se. A maioria dos autores relacionam entre os casos de su-!■ lín indeterminado aquele em que o verbo está na 3.a pes-II i ilo singular, acompanhado do pronome se: "Devagar se in .id longe." "Náo se progride sem esforco." Hütendem que, quando se diz "Devagar se vai ao lon-je,", tem-se em mente que "alguém vai", "qualquer pessoa ii ', "a gente vai". E, ao contrario destas equivaléncias com Bfonomes ou locucöes indefinidas, näo existe na oracao ne-nllliin (ermo para exprimir o sujeito. Ao pronome se, por ii i .iiono, náo pode caber esse papel: o se é apenas um sinal, ......iidicador da indeterminacáo. O sujeito existe, mas é il liRMINADO. Para outros autores, como Mattoso Camara Jr., trata-ilr um caso de oracäo sem sujeito (V. § 30.), numa nilNlrucäo passiva impessoal (V. § 51, obs.), sendo o se pl'uuonie apassivador (Cf. DFG, s. v. Apassivador e Passi-vUladi,). Iimbora didaticamente seja aconselhável a análise como 111' iii i indeterminado, f rases há em que a construeäo com Q pronome se é sem dúvida um caso de oracäo sem sujeito, Hin us oracöes com tratar-se de (V. § 30, e.). Raciocinam eles que, quando se diz "Devagar se vai in longe.", näo se cogita, em prineipio, de que "alguém vai in longe", mas que "é possível ir ao longe", impessoalmente; i • iut- "Náo se progride sem esforco." equivale a "Näo há projil1 '.so sem esforco." antes que "A gente progride sem i 11 )i i,i >.".