(11) (g) Foi [o miúdo que está a jogar ä bola] que comeu um gelado. (h) *Foi [o miúdo] que que estava a jogar ä bola comeu um gelado (iii) Pode construir-se uma estrutura pseudo-clivada segundo o esquema Quem I / 0 que SV ser SU, consoante o sujeito seja [+ hum] ou [- hum]: (11) (i) Quem comeu um gelado foi [o miúdo que está a jogar ä bola]. (j) *Quem que está a jogar ä bola comeu um gelado foi [o miúdo]. (iv) Pode formular-se uma interrogativa sobre o constituinte com a relacäo grama-, tical de sujeito segundo o esquema Quem I O que SV?, consoante este argumente seja [+ hum] ou [- hum], constituindo o sujeito a resposta minima näo redundante: (11) (k) P: Quem comeu um gelado? R: [O miúdo que está a jogar ä bola]sv (1) P: * í Quern que está a jogar ä bola comeu um gelado? R: j [O miúdo]. (v) Numa frase activa com passiva correspondente, o sujeito final tem, na pas-siva respectiva, urna relacäo gramatical oblíqua, ocorrendo precedido da prepo-sicäo por: (11) (m) Um gelado foi comido pel[o miúdo que está a jogar ä bola]. (n) *Um gelado que está a jogar ä bola foi comido pel[o miúdo]. 11.Ŕ 10.1.3. Objecto directo A relacäo gramatical de^bjectQjdk£.cto (abreviadamente, OD) é outra das relacöes gramaticais centrais. Tém esta relacäo gramatical os argumentos inter-nos directos de predicadores verbais de dois ou trés lugares cujo papel semän-tico é, tipicamente, Terna, como se pode observar nos exemplos (12a, b). (12) (a) Os miúdos comeram um gelado. (b) Os amigos ofereceram urna viagem ao Japäo aos recém-casados. Nas frases (12a, b), as expressöes em itálico tém o seu papel temático atribuí-do pelos verbos comer e oferecer, ou seja, tais expressöes constituem o objecto lógico dos verbos; as mesmas expressöes comportam-se também gramaticalmen-te como objectos directos na frase, i.e., säo objectos directos gramaticais. Mas há construcöes em que a expressäo com a relacäo gramatical de objecto directo näo é o objecto lógico do verbo. Assim, nas frases (12c, d), a expressäo em itálico tem o seu papel temático atribuído pelo verbo beijar, ou seja, é o sujeito lógico de beijar. Contudo, tal expressäo comporta-se gramaticalmente como objecto directo do verbo ver. (12) (c) O Joäo viu [[a Maria] beijar o Pedro], (d) O Joäo viu-fl beijar o Pedro. Na exposicäo que se segue, usaremos o termo "objecto directo" para os ca-sos em que a expressäo é simultaneamente objecto lógico e objecto directo gramatical. Säo as seguintes as propriedades típicas do objecto directo (a) O objecto directo pode ser nulo: — com certos verbos transitivos que tém como propriedade idiossincrá-tica a possibilidade de satisfazerem no Léxico o Critério Temático quando o seu argumento interno directo tem uma interpreta§äo ar-bitrária, i.e., näo definida (cf. verbos como beber, comer, escrever, ler){% (13) (a) O Joäo leu teda a noite. (b) A Ana está a comer. — em construcöes de SV Nulo (ver capítulo 21) com verbos transitivos: (14) (a) O Joäo comeu uma tarte e a Maria também comeu [-]. ([-]= uma tarte) (b) P: O Joäo comeu uma tarte! R: Comeu [-]. ([-]= uma tarte) — em construcöes de Objecto Nulo (ver 12.6 e capítulo 21): (15) P: Tens visto o Pedro! R: Vi [-] ontem na conferéncia mas näo falei com ele. ([-]= o Pedro) (6) Sobre este assunto, ver Rizzi (1986). 284 285