(43) (a) *Foi [simpática] que ele conheceu uma rapariga. (b) *Foi impossível que ele ouviu uma discussäo. 10.1.6. Rela?öes gramaticais oblíquas Chama-se oblíquas (abreviadamente, OBL) äs rela9Öes gramaticais quenäo säo centrais. Tém relacöes gramaticais oblíquas tanto argumentos obrigatórios (cf. (44)) e opcionais (cf. (45)) do predicador verbal (i.e., complementos do verbo) (9) como adjuntos (cf. (46)); como os exemplos abaixo mostram, os cons-tituintes com relacöes gramaticais oblíquas säo tipicamente de natureza prepo-sicional, adverbial ou fräsica: (44) (a) O Joäo pös o livro [na estante]0BL (b) O cobrador foi [ali]0BL (c) Os pais autorizaram a Rita [a acampar]0BL (45) (a) O Pedro viajou [do México]OBL [para Lisboa] (b) O Joäo trouxe [do Senegal]0BL essa estätueta. (46) (a) O meu amigo pintou esse quadro [para a Maria]QBL (b) Encontramo-nos todos [logo ä noite]QBL (c) Há falta de leite [por causa da seca]0BL (d) Tenho de sair já [para näo perder o aviäo]OBL (e) Fico deprimida [quando chove semanas a fio]OBL Podem utilizar-se os seguintes testes para distinguir obliquos complementos de obliquos adjuntos: (i) Os constituintes com relacöes gramaticais obliquas que säo complemento do verbo näo podem ocorrer num interrogativa segundo o esquema 0 que e que SUfez OBL? I 0 que e que aconteceu a SU OBL?, sendo a resposta minima näo redundante o SV constituido pelo verbo e pelos respectivos complementos (ver capitulo 11); veja-se o resultado da aplicagäo deste teste äs frases (44a) e (45a) em (47): (47) (a) P: R: (b) P: R: (c) P: R: (d) P: R: JOBL O que é que o Joäo fez? Pôs o livro [na estante\ O que é que o Joäo fez [na estante]0Bl Pôs o livro. O que é que o Pedro fez? Viajou [do México]QBL [para Lisboa]QBL J O que é que o Joäo fez [do México]OBL [para Lisboa]om ? [ Viajou. (ii) Os constituintes com relacöes gramaticais obliquas que sejam adjuntos podem ocorrer num interrogativa segundo o esquema 0 que e que SU fei OBL?IO que e que aconteceu a SU OBL?, sendo a resposta minima näo redundante o SV constituido pelo verbo e pelos respectivos complementos (ver capitulo 11) veja-se o resultado da aplicaeäo deste teste äs frases (46a,b) em (48): (48) (a) P: 0 que e que o meu amigo fez [para a Maria]QBL? R: Pintou esse quadro. (b) P: 0 que e que fazemos [logo ä noite]OBLl R: Encontramo-nos todos. 10.2. Subclasses de verbos e esquemas relacionais Os esquemas relacionais representam os padröes possiveis de organizaeäo sintäctica das frases bäsicas de uma lingua, fornecendo informaeäo sobre: (i) o nümero de argumentos do predicador (zero a tres argumentos); (ii) a relacäo gramatical final de cada um deles (sujeito, objecto directo, ob jecto indirecto, obliquo); (iii) a existencia de um predicador secundärio (predicativo do sujeito, pre-dicativo do objecto directo); (iii) a ordern linear segundo a qual argumentos e predicadores secundärio» ocorrem na fräse. 0 Aos argumentos com rela$öes gramaticais obliquas Bechara (1999) chama complementos relativos. O esquema relacional de cada fräse depende das propriedades do verho pit" sente na mesma. Ora na classe dos verbos podem distinguir-se trés grnndoN subclasses, com base nas propriedades de seleccäo categorial e semAnlini de i min -ľ,