r 48 JO PERIODO SIMPLES. A ORACAO INDEPENDENTE...____ "A vista se lhe perturbava." (Alb. Bertha, Ex., 156.); "Náo lhe tenho medo."; "Pareceu ao pobre lenhador sentir, naquele vento, o som de um choro e uma voz bradando aflita." (Ega, PB, 46.) (É o que chamamos objeto indireto de referéncia.) /) o possuidor de alguma coisa: "Beijou as maos á dama." (Cf. obs. ao § 76.); g) como expletivo, o ser vivamente interessado na acáo expressa pelo verbo: "Náo me toque no José!" (José Lins do Rego, MVA, 243.) (É o objeto indireto de interesse.) 67. Se o caráter lógico do objeto indireto é um tanto flu-tuante, muito mais nítida é a sua característica formal: 1) quando substantivo, ou pronome substantivo, vem necessariamente regido de preposicáo sem valor circunstan-cial, esvaziada de conteúdo significativo; 2) tirante o caso visto no § 66, a, pode ser representado pelo pronome pessoal oblíquo átono lhe, lhes: "Entreguei-//je o livro."; Dirigiu-Z/zei palavras de estímulo."; "Falou-//íeí carinhosamente."; "Aconteceu-//?e uma desgraca,"; "Pareceu-//zeí mudado."; "Beijou-//?e as máos." No periodo composto, o objeto indireto pode ser ex-presso por uma oracáo subordinada substantiva (V. 8 108, 3.): "Opós-se a que abandonassem o cavalo ferido"; "O amigo Goncalves. ... o convenceu de que semelhante atn seria rematada loucura." (M. de Assis, RCV, 112.) Obs. — Pelo fato de náo corresponder, no caso do § 66 a, a 1,111 lhes, autores como Rochá Lima preferem criar nova catcyoriii dl verbos, os "transitivos relativos", e a esse complemento dcno......HI I "complemento relativo". Gladstone Chaves de Melo, seguindo nisso a Sousn dli Sih (Cf. NMAS, 52-53.), também se limita ii eonsidenír objelo indii TERMOS INTEGRANTES DA ORACÄO 49 "o complemento que indica o ser em favor do qual ou em relacáo ao qual se realiza a acáo expressa pelo verbo; .... quando representado por um substantivo, vem regido de preposicáo a (ou para), po-dendo ser substituído pelo pronome lhe ou lhes". A complementos como "em ti", na frase "Uma noite eu pensava em ti", diz que é um "complemento verbal sem nome especial". Nem doutrinária, nem, muito menos, didaticamente, nos parece nconselhável tal separacáo: em primeiro lugar, náo se fez ainda, em nossa língua, o estudo definitivo que está por merecer o objeto indi-reto, apesar da tentativa de Rochá (Uma Preposigáo Portuguesa); e ii presenga obrigatória de preposicáo sem valor cireunstancial é sufi-ťlcnlc para a caracterizacáo estrutural dessa fun§áo sintática. •Duplo objeto indireto. 68. Em casos bastante limitados, podem aparecer dois ob-|i los iiuliíctos referidos ao mesmo verbo. Isso ocorre, por exemplo: I, ° — Em virtude de um cruzamento de regéncia, com I'boN como ajudar, ensinar (um dos objetos é oracional): "Ajudei-//ie a pór o selo e despedimo-nos." (M. de Assis, RCV, 6.1,); . ensinara ao hörnern a respeitar em outro a imagem de inu Driis comum." (C. de Laet, "Credo", in Tribuna Liberal, II. 4-89.); \nii de ensinar ao jilho a falar, ensinava-Z/je a ler." (J. A. Id i, Hag., 133.) Pelo iiso simultäneo de dois objetos indiretos de Ii im) (V. $ 67.): lm|i ///c icspondo á carta de Janeiro findo." i<> iiloonňstlco. mlvldftde pode pmvocar o aparecimento de um pl< ■ uiiiNlii * 11 repiesentiKlo por um pronome