CONTO PORTUGUÊS H:\COLOQUIOBRNO\stažený soubor.jpg H:\COLOQUIOBRNO\stažený soubor (1).jpg H:\COLOQUIOBRNO\stažený soubor (2).jpg H:\COLOQUIOBRNO\stažený soubor (3).jpg Plano de trabalho: semestre de 2016 —5.10. fundamento teórico, breve panorama do conto português —12.10. Eça de Queirós (No moinho, Singularidades de uma rapariga loura) —19.10. Fialho de Almeida (Conto do Natal), Manuel Teixeira-Gomes (A cigana) Eva —26.10. —2.11. —9.11. Fernando Pessoa (conto policial), Miguel Torga (Natal) Klaudia —16.11. Manuel da Fonseca (O Largo), José Cardoso Pires (A semente cresce oculta) —23.11. José Rodrigues Miguéis (O viajante clandestino), Jorge de Sena (Os salteadores) —30.11. Maria Judite de Carvalho (George), Lídia Jorge (O marido) Adéla —7.12. Mário de Carvalho (O sonho, Do conserto do mundo), Hélia Correia (Fascinação), Maria Teresa Horta (Branca de neve) Zuzana —14.12. ZÁPOČET teoria —GOULART, Rosa Maria: “O conto: da literatura à teoria literária”, forma breve 1, 2003 —REID, Ian: The Short Story. London: Methuen, 1977 —GOTTLIB, Nádia Batella: Teoria do Conto. São Paulo: Ática, 1985. — história do género —o início do contar estória é impossível de localizar, nos tempos remotos (os contos egípcios, 4000 a.C., estórias bíblicas, estórias greco-latinas, contos orientais, Mil e uma noites – Pérsia, séc. X) —Séculos X - XV: contos maravilhosos, alegóricos, satíricos, exemplares —Século XIV: o conto transmitido oralmente passa para o registo escrito. Bocaccio: Decameron (1350) – rompe com o moralismo didático. Chaucer: Canterbury tales (1386) —Século XVI: Marguerite de Navarre: Heptameron (1558) —Século XVII: Cervantes: Novelas ejemplares (1613). Perrault: contos —Século XVIII: La Fontaine: fábulas —Século XIX: desenvolvimento do conto, pesquisa do popular e folclórico, expansão da imprensa. Criação do conto moderno (Grimm: contos populares, E.A. Poe: contista e teórico) teoria (?) —duas posições: ÷1. os que admitem a teoria ÷2. os que recusam a teoria —várias atitudes: ÷1. o género estruturado, cristalizado (Mariano Baquero Goyanes: Qué es la novela, qué es el cuento?) ÷2. o mais indefinível dos géneros (p. ex. Mário de Andrade: o conto é aquilo que o autor chamou conto, Julio Cortazar: género de difícil definição) —dificuldade de escrever contos? ÷Machado de Assis: o género difícil, a despeito da sua aparente facilidade — ÷ — teoria: definição do termo —Julio Casares: ÷1. relato de um acontecimento ÷2. narração oral ou escrita de um acontecimento falso ÷3. fábula para crianças ÷ —um ponto comum: narratividade — —o contar ( do lat. comentum) uma estória - evolui para o registar (mas não é relatar que significa trazer outra vez). O relato copia-se, o conto inventa-se. — teoria: terminologia —em inglês: novel – romance – long short story – short story —em espanhol: novela – novela corta – cuento —em alemão: Roman – kurz Geschichte - Märchen —em francês: roman – nouvelle – conte —em português: romance – novela - conto — —novela (pode ter origem em novella italiana) —fábula: objetivo instrutivo, personagens animais, vegetais, minerais —parábola: dimensão moralista, personagens – homens, o sentido não é aparente, dimensão simbólica —formas híbridas: conto em verso, poema em prosa estudo da teoria —André Jolles: forma simples (maravilhoso) x forma artística — —Vladimir Propp: A morfologia do conto (1928). Estudo do conto maravilhoso. P. estudou as formas para determinar as constantes e variantes: a uniformidade específica do conto explica-se por unidades estruturais. Encontrou 31 funções (engano, ausência dos familiares, salvação do herói, punição do antagonista etc.) e 7 personagens (o antagonista ou agressor, o doador, o auxiliar, a princesa e seu pai, o mandatório, o herói, o falso herói) — —A.L. Bader: modo tradicional de contar (desenvolvimento, desfecho, crise e resolução) x modo moderno (desmonta o esquema, fragmenta-se, duvida-se do poder da representação da palavra, fragmenta-se o enredo em forma linear) estudo da teoria: traços gerais do conto —E.A. Poe: relação entre a extensão e o efeito. A unidade de efeito ou impressão é um ponto da maior importância. No efeito único o conto difere do romance. Leitura de uma só assentada. — —B. Eikhenbaum: o conto subentende sempre uma história que deve ter dimensões reduzidas e destaque dado à conclusão. Conto termina no clímax. — —Sean O´Faolain: o conto deve ser curto, deve ter caráter pessoal e rigidez de construção. estudo da teoria: traços gerais do conto —Eça de Queirós: o poder da fantasia, a subtileza da escrita, a sobriedade, a leveza, a contenção, o traço leve, fino e sugestivo — —Julio Cortazar: ligação do conto à lírica (pela tensão, ritmo, pulsação interna, imprevisto etc.) — —Mariano Baquero Goyanes: género intermédio entre poesia e romance, possuidor de um matiz semipoético, seminovelesco, que só é exprimível nas dimensões do conto — —Jorge Luís Borges: brevidade, exploração de situações ou momentos únicos, apesar da narratividade tendem ao estatismo temporal, aposta na estética da sugestão, defende o conto como lugar onde se preserva aquilo que no romance se perdeu e se fragmentou, aproximação entre o conto e a poesia — teoria: traços gerais do género —traços gerais (em geral assumidos para caraterizar o género): ficcionalidade, narratividade, tensão, concentração, brevidade, condensação (no entanto, estes traços também não são sempre interpretados de modo igual: p. ex. Carlos Pacheco: o conto não pode ser caraterizado pela sua extensão, mas pela intensidade do assunto, conforme já dizia E.A. Poe) —estética da brevidade e unidade estrutural (contra a fragmentação do romance moderno) — breve história do conto português: inícios —contos embrionários na Idade Média (exemplos, reunidos por Alexandre Herculano em Portugaliae Monumenta Historica, 1856 - 1873) —Século XVI: G.F. Trancoso: Contos e Histórias de Proveito e Exemplo (1575). Infl. Decameron. —Romantismo: —A) linha historicista (A. Herculano: Lendas e Narrativas, 1851, Rebelo da Silva: Contos e Lendas, 1873) —B) linha rustica (Rodrigo Paganino: Os Contos do Tio Joaquim, 1861, Camilo Castelo Branco: Noites de Insónia, 1874, Júlio Dinis: Serões na Província, 1870) —C) linha fantástica (A. Herculano: “A Dama Pé de Cabra”, Júlio César Monteiro: “Roberto do Diabo”, 1861, Eça de Queirós: Prosas Bárbaras, 1905, Teófilo Braga: Contos Fantásticos, 1865, Álvaro do Carvalhal: Contos, 1868) breve história do conto português: realismo, fim do século, simbolismo —Realismo e Naturalismo (Eça de Queirós, Abel Botelho: Mulheres da Beira, 1898) — —Fim do século XIX e Simbolismo: — —Fialho de Almeida: O País das Uvas, 1893, A Cidade do Vício, 1882 —Trindade Coelho: Os Meus Amores, 1891 —Manuel Teixeira-Gomes: Gente Singular, 1909 —Raul Brandão: Impressões e Paisagens, 1890, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore, 1896, 1926 —António Patrício: Serão Inquieto, 1910 —Aquilino Ribeiro: Jardim das Tormentas, 1913 — — breve história do conto português: 1ª metade do século XX —Orpheu (Mário de Sá-Carneiro: Princípio, 1912, Céu em Fogo, 1915, José de Almada Negreiros: contos e novelas, 1917-1921, Fernando Pessoa) — —Presença (José Régio: Histórias de Mulheres, 1946, Há mais mundos, 1962, Branquinho da Fonseca: Zonas, 1931; Caminhos Magnéticos, 1938; Rio Turvo, 1945 e Bandeira Preta, 1956, Miguel Torga: Contos da Montanha, 1941, Novos Contos da Montanha, 1944, José Rodrigues Miguéis: Léah e Outras Histórias, 1958, Gente da Terceira Classe, 1962, Pass(ç)os confusos; 1982, Irene Lisboa: Contarelos, 1926, Esta Cidade!, 1942, Uma Mão cheia de nada e Outra de coisa nenhuma, 1955; Queres ouvir? Eu Conto, 1958) — —Neorrealismo (Fernando Namora: Retalhos da Vida de Um Médico, 1949, 1963, Manuel da Fonseca: Aldeia Nova, 1942, O Fogo e as Cinzas, 1953, José Cardoso Pires: Os Caminheiros e Outros Contos, 1949, Histórias e Amor, 1952, Jogos de Azar, 1963) — breve história do conto português: 2ª metade do século XX —Domingos Monteiro: Contos do dia e da noite, 1952; Histórias deste Mundo e do Outro, 1961; O Dia Marcado, 1963, Contos de Natal, 1964 —Urbano Tavares Rodrigues: A Porta dos Limites, 1952; Aves da Madrugada, 1959; Nus e Suplicantes, 1960, Dias Lamacentos, 1965, Contos da Solidão, 1970 —Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana, 1959, As Palavras Poupadas, 1961, Seta Despedida, 1995 —Ruben A.: Cores, 1960 —Jorge de Sena: Andanças do Demónio, 1960, Novas Andanças do Demónio, 1966, Os Grão-Capitães, 1976 —Herberto Helder: Passos em Volta, 1963 —Sophia de Melo Breyner Andresen: Contos Exemplares, 1962 — — — — breve história do conto português: 2ª metade do século XX e inícios do século XXI —David Mourão-Ferreira: Gaivotas em Terra, 1959, Os Amantes e Outros Contos, 1968, As Quatro Estações, 1980 —Maria Ondina Braga: A China Fica ao Lado (1968), Amor e Morte (1970), Estação Morta (1980), O Homem da Ilha e Outros Contos (1982), A Rosa de Jericó (1982) —Lídia Jorge: A Instrumentalina (1992), Marido e outros contos (1997), O Belo Adormecido (2004), Praça de Londres (2008) —Mário de Carvalho: Contos da Sétima Esfera (1981), A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho (1983), Contos Vagabundos (2000), A Liberdade De Pátio (2013) —José Saramago: Objecto Quase (1978) —Luísa Costa Gomes : Contos outra vez (1997), Setembro e outros contos (2007) Narratologia: termos básicos 1.enunciado x enunciação 2.escritor – leitor x narrador – narratário 3.ficção x referente 4.os níveis narrativos: ficção/narração/texto 5.história x discurso Categorias narrativas —História —Personagens —Espaço-tempo —Narrador — Funções do narrador —1. narrativa —2. de controle —3. comunicativa (dirige-se ao narratário) —4. metanarrativa (comenta o texto) —5. modalizante (relação do narrador para com a história: certeza x incerteza, avaliação da ação, emoção) —6. explicativa (fornecer elementos necessários para compreender a história) —7. ideológica — Narrador e perspetiva —heterodiegético x homodiegético —perspetiva: focalização externa/interna/zero — Instância narrativa —1. narração heterodiegética passada pelo narrador —2. narração heterodiegética passada pela personagem —3. narração heterodiegética neutra —4. narração homodiegética passada pelo narrador —5. narração homodiegética passada pela personagem Tempo: momento de narração —1. narração ulterior (no passado) —2. narração anterior (antecipação) —3. narração simultânea (ilusão que se escreve ao mesmo tempo da ação) —4. narração intercalada (retrospetiva e prospetiva) — Tempo: ordem —anacronias: perturbações da ordem dos eventos ficcionais —in medias res —analepse x prolepse —amplitude (cobrem a duração mais ou menos longa) —alcance (são mais ou menos distanciadas do momento da história) — Tempo: duração —relação entre a duração fictícia dos eventos e a duração da narração expressa no texto — o ritmo: acelerações x retardamento —elipse: serve para aceleração —sumário: serve para aceleração, condensa e resume —cena: impressão de equivalência —descrição: serve para retardamento —intervenção do narrador: serve para retardamento — Tempo: frequência —1. singulativa —2. repetitiva —3. iterativa —